Enchentes em Embu das Artes

CLIPPING – Saiu no Jornal D’aqui nossa matéria sobre a enchente que afetou a cidade de Embu das Artes no último sábado (19).

O texto foca nos problemas ambientais que colaboram para o quadro de enchentes e os desafios de gestão ambiental que a prefeitura tem em mãos. Confira abaixo:

Enchentes em Embu das Artes expõem problemas de gestão ambiental

No último sábado (19) diversos pontos de alagamento foram registrados na cidade de Embu das Artes, após a chuva forte que caiu por cerca de uma hora no fim da tarde.

Na região central, os rios Embu Mirim e Ribeirão da Ressaca transbordaram e a água chegou a invadir o comércio. Na zona leste, o córrego do complexo Pombas-Botucatu também transbordou e tampas de bueiro não aguentaram a pressão. 

Deslizamentos ocorreram em duas das grandes obras em andamento na cidade: no galpão da avenida Isaltino Victor de Moraes e no da avenida Rotary.

Na Isaltino, o terreno do megaempreendimento sofreu erosões e muita lama escorreu para a avenida e para o Rio Embu Mirim, à frente do galpão. Na Rotary, a lama escoou para o asfalto e para o rio Embu Mirim, que passa pelos fundos da obra, na altura do Parque da Várzea.

As alterações nos terrenos desses empreendimentos colaboram de forma significativa para os desastres urbanos. A vegetação que estabilizava o solo foi retirada e os morros achatados. A última chuva demonstrou que as tentativas das empresas em controlar o fluxo das águas pluviais não deram certo.

A lama que chegou ao rio altera o seu leito por causa do assoreamento. Ou seja, o acúmulo de detritos faz com que ele fique cada vez mais raso, suporte menor quantidade de água e aumente, assim, o quadro de enchentes nas épocas de chuvas.

Máquinas da Enpavi aterrando a várzea do Embu Mirim
Máquinas da Enpavi aterrando a várzea do Embu Mirim

Além da lama recebida, um flagrante foi registrado pouco antes das enchentes, quando máquinas da ENPAVI – empreiteira contratada pela prefeitura – aterravam uma das várzeas do rio, nas proximidades do Parque do Lago Francisco Rizzo. No local não havia placa de licenciamento da CETESB.

As várzeas desempenham um importante papel de receberem e reterem a água dos leitos que transbordam. É o curso normal da natureza para a época de grandes chuvas. Com as várzeas aterradas ou impermeabilizadas, a água se espalha sem contenção.

Ante as pressões do crescimento urbano e da especulação imobiliária, a cidade enfrenta graves problemas de ordem ambiental que se desdobram em problemas sociais e de saneamento básico.

A prefeitura tem em mãos o grande desafio de agir corretamente para minimizar a fragilidade urbana e proteger os afetados: todos os cidadãos.