CERRADO EMBU DAS ARTES

CLIPPING: o texto com a relação de plantas e suas utilidades foi publicado nos seguintes portais: Jornal D’aqui, Terra, Comunique-se, Agência EstadoAgência O Globo. Leia o texto abaixo:

Maravilhoso Cerrado: a importância das plantas descobertas em Embu das Artes

O município abriga resquícios do bioma que está em extinção no Estado de São Paulo

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Olhares atentos e sentidos “ligados” podem ser canais para descobertas incríveis num passeio despretensioso. Foi assim que, numa saída para o Parque do Lago Francisco Rizzo, em Embu das Artes, um grupo de moradores que tentava identificar plantas do bioma Cerrado se surpreendeu com o reconhecimento de cerca de 20 espécies.

Mas afinal, por que isso é tão importante?

Candeia
Candeia

Esta vegetação é riquíssima em diversidade e suas plantas são amplamente utilizadas para fins medicinais. O Cerrado possui exemplares que estão em cuidadosa análise por pesquisadores em busca de combinações para curar uma das doenças que afetam cada vez mais pessoas no mundo: o câncer.

Frutas como Gabiroba e Murici, por altíssimo teor anti-inflamatório e antioxidante, demonstraram resultados mais potentes do que as frutas pesquisadas nos Estados Unidos para combater a doença.

A vegetação de Cerrado é apontada também como responsável por devolver água aos aquíferos, devido às características de suas raízes. Logo, o desmatamento de suas árvores colabora para os quadros de seca, vistos com mais frequência e alertados por pesquisadores.

Podemos entender as plantas deste bioma como uma ferramenta essencial para a saúde dos seres vivos, mas, apesar de tamanho protagonismo científico, está ameaçado por extinção. Somente no Estado de São Paulo, restam menos de 1% da quantidade original, que era em torno de 14%.

QUEM GANHA COM A PRESERVAÇÃO DO CERRADO?

Embu das Artes é um município privilegiado, com vegetação de Mata Atlântica e Cerrado. Este último, ainda pouco explorado na região, precisa de estudos, mapeamentos e projetos de preservação.

Orelha de Onça
Orelha de Onça

O simples fato de preservar determinado bioma colabora com a renovação do ar, da água e atrai os animais típicos que, por sua vez, ajudam a manter a floresta, por meio do espalhamento de sementes.

Ao manter uma área em extinção preservada, é possível abranger diversos ângulos de políticas públicas, pois se torna possível a arrecadação de fundos para a sua manutenção e instalação de projetos científicos, turísticos, educativos, socioambientais, econômicos, entre outros.

CONHEÇA UM POUCO DA IMPORTÂNCIA DE ALGUMAS DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS NO PARQUE RIZZO:

Araçá do campo (psidium cattleyanwn): trata-se de um arbusto muito especial, amplamente utilizado no reflorestamento, com propriedades medicinais e também alimentícias. Seu fruto é doce e saboroso, utilizado ao natural ou em doces, massas e geleias. As folhas possuem ativos adstringentes e anti-inflamatórios. Já a sua madeira é muito forte, aproveitada em vigas, ferramentas e carvão. Da raiz, pode-se obter efeitos diuréticos e de combate à diarreia.

Cambará Roxo (lantana fucata): pequeno arbusto com flores e folhas cuja importância medicinal está ligada ao trato da gripe, bronquite, problemas respiratórios em geral.

Candeia (gochnatia polymorpha): as folhas desta árvore são utilizadas na indústria farmacêutica para tratamento de problemas respiratórios.  Da madeira, bastante utilizada por sua força, produz-se também óleo. A planta é uma boa opção para paisagismo e reflorestamento.

Carqueja
Carqueja

Carqueja (baccharis trimera): possui visual bonito e delicado. Além de paisagismo e jardinagem, costuma ser utilizada como medicamento para problemas de ordem estomacal.

Cipó de São João (pyrostegia venusta): as folhas desta espécie são utilizadas em infusão para tratar gripes, reumatismo, e doença de pele vitiligo.

Dormideira
Dormideira

Dormideira (mimosa pudica): é uma planta da família das ervilhas que, quando tocada, suas folhas se fecham. Ela é comercializada em casa de chás naturais, indicada para combate à dor de cabeça, problemas do fígado e como laxante.

Gabiroba do Campo (campomanesia xanthocarpa): tem uma delicada flor branca e frutos ricos em vitamina C. Podem ser consumidos ao natural ou preparados como doces e geleias. A infusão de suas folhas combate a gripe. Já o chá das cascas da árvore é usado para problemas urinários. Com alto poder antioxidante, a planta também é utilizada em cosméticos.

Ipê Amarelo (ipezinho do cerrado): uma linda árvore, com floração em cores vibrantes. Da casca do seu tronco, faz-se infusão ou xarope para o tratamento de gripes. Das folhas, podem-se tratar problemas intestinais, pois possui efeito laxante.

Juqueri [mimosa]
Juqueri [mimosa]
Juqueri (mimosa polycarpa): costuma ser visitada por abelhas e pode ser usada em jardinagem, para enfeitar, ou como cercas vivas.

Língua de Tucano (eryngium paniculatum): sua aparência lembra a coroa de um abacaxi, exceto pelo caule desproporcional da flor, que cresce bem no centro de sua folhagem. Suas folhas são utilizadas como diurético.

Mimosa Amarela (daleoides): suas lindas flores amarelas atraem abelhas e são ideais para jardinagem e paisagismo.

Pixirica (leandra erostrata): é um arbusto muito especial: além das flores que encantam aos olhos, serve também como alimento. São pequenos frutos azulados, de sabor adocicado que, em receitas de bolos ou doces, podem substituir o blueberry (mirtilo).

Quaresmeirinha (tibouchina aegopogon): com lindas flores roxas e porte pequeno, a planta é indicada para recuperação e reflorestamento em espaços urbanos, jardinagem e paisagismo. No interior de Minas Gerais, seu tronco é utilizado para lenha.

Capim Rabo de Burro
Capim Rabo de Burro

Rabo de burro (schizachyrium condensatum): a raiz deste capim possui propriedades emolientes. Sua beleza está nos detalhes, quando plumas ocupam as pontas, por isso pode ser utilizada no paisagismo.

SOBRE A SEAE

O grupo foi conduzido pela Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE, como parte do projeto “Cerrado Infinito”, do artista Daniel Caballero, e teve o intuito de promover contato e vivência com as plantas, para resgatar valores históricos e culturais presentes na memória e identidade brasileira.

Criada por moradores na metade da década de 70, a SEAE atua na preservação ambiental de Embu e região, para estimular e ampliar os processos de transformação socioambiental, cultural e econômica, por meio de processos educacionais participativos e inclusivos, fomentando a atuação em políticas públicas, visando a conservação, recuperação e defesa do meio ambiente.