VISTA ALEGRE: CRIME AMBIENTAL

CLIPPING – Saiu no jornal Linhas Populares, Tribuna 116, Jornal na Net, Primeiro Embuense, Jornal D’AquiRegional News, Folha do PirajuçaraTerra e Agência O Globo o release sobre aterro irregular no Jardim Vista Alegre. O texto abordou as dificuldades de muitas denúncias e alguns problemas com a fiscalização na cidade de Embu das Artes, que ficou ainda mais prejudicada com o fechamento do setor ambiental da Guarda Civil Metropolitana.

Vista Alegre tem 16 mil m² de desmatamento e descarte de entulho

Terreno compõe a Bacia Hidrográfica da Represa Guarapiranga

Um terreno localizado próximo à Rua Dezoito de Julho, no Jardim Vista Alegre, Embu das Artes, teve aproximadamente 16 mil m² de sua vegetação nativa derrubada. Segundo estudos do Instituto Florestal do Estado de São Paulo, o bioma local era de Mata Atlântica, em estágio médio de regeneração.

Lixo e entulho em terreno que terá moradias populares

A área também está dentro da Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga – APRM-G, protegida por Lei Estadual nº 12.233, com restrições específicas para corte e supressão de vegetação.

No local é exibida uma placa da construtora Boaz Akasha para “Acerto Topográfico Plano de Loteamento”, porém sem o número do alvará ou de licença da CETESB.

Por telefone, o Sr. Álvaro Gauze, sócio da construtora, informou que quando iniciou as atividades no terreno, “a vegetação já estava suprimida e o corpo d’água próximo ao local não possui as restrições da APRM-G, pois pertence à Bacia do Rio Pirajuçara”.

No mapa abaixo, imagens sobrepostas da bacia hidrográfica em relação às ruas da cidade revelam a localização do terreno, bem como os corpos d’água, dentro da Bacia do rio Embu-Mirim, parte importante da APRM-G.

Mapas hidrográficos e regional (ruas, bairros, unidades administrativas) de Embu das Artes, acessados no site da prefeitura em julho de 2016

Questionado sobre o licenciamento da CETESB, o Sr. Álvaro disse ainda que foi “dispensado, pois as atividades ali realizadas não requerem a exigência”.

A CETESB, por sua vez, adiantou que o local não possui qualquer autorização ou licenciamento para desmatamentos, cortes ou construção e que a dispensa comentada pelo Sr. Gauze se refere a outro endereço e atividade. Informou, ainda, que vistoriou o local em 08 de Julho e identificou irregularidades que já foram encaminhadas para as devidas providências.

Denúncia x fiscalização

Inúmeras denúncias chegam aos órgãos fiscalizadores da cidade, mas dificilmente é possível aguardar uma viatura no local para realizar o flagrante, uma vez que dificuldades como excesso de chamadas, falta de viatura e problemas para identificar a área são os motivos mais argumentados pelos guardas da Polícia Militar Ambiental.

Na CETESB, grande quantidade de infrações também aguarda averiguação. Segundo informações, as denúncias do Jardim Vista Alegre foram feitas ao órgão desde o dia 27 de junho, mas ficaram paradas na mesa da gerência, que se encontrava em férias.

O cenário se torna oportunidade para os que desejam se aproveitar da situação, pois em menos de dez dias é possível derrubar matas inteiras e transformar a paisagem de um lugar. 

Departamento ambiental da Guarda Civil Metropolitana foi desativado

Na GCM de Embu das Artes, a Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE, foi surpreendida com a informação de que o departamento ambiental está desativado, por isso o posto não pode mais fiscalizar ou autuar as infrações.

A orientação dos guardas é para entrar em contato com o Departamento de Fiscalização da Prefeitura ou com a Polícia Militar Ambiental, porque a GCM “não tem mais guarda qualificada, talonário de multa e apreensão, não tem mais atribuição para notificar”.

A Prefeitura, responsável pelo órgão, informou que “todo guarda civil municipal de Embu das Artes faz encaminhamento de crime ambiental, solicita fiscalização quando necessário, faz encaminhamento à Delegacia do Meio Ambiente quando pega os autores dos crimes e apreende veículos jogando entulho em terrenos”.

Na data de fechamento desta matéria, 12 de julho, o Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Ovídio, informou que “as atividades do local foram embargadas pela fiscalização da prefeitura”.

 

ERRATA

Onde se lê: Guarda Civil Metropolitana

Leia-se: Guarda Civil Municipal