Saneamento Básico com JPS

CLIPPING – Saiu nos jornais Giro1, Linhas Populares, Jornal na Net, Tribuna 116, Folha do PirajuçaraAgência Estado e Agência O Globo, nosso release sobre a palestra de Saneamento Básico em Comunidades Isoladas, com a JPS, na SEAE.  Confira:

Embu das Artes recebe palestra da JPS sobre Saneamento Básico

A ONG SEAE promoveu o evento para pensar, junto aos moradores, soluções ecológicas de saneamento para as comunidades isoladas, não atendidas pela Sabesp e prefeitura.

evento 002Participantes do programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) falaram aos moradores de Embu das Artes sobre o saneamento básico e apresentaram dispositivos para tratar o esgoto sanitário.

A iniciativa, promovida pela Sociedade Ecológica Amigos de Embu (SEAE), ocorreu no último dia 16 e surgiu da preocupação com problemas de água de poço contaminada e os riscos de doenças em grande evidência, como as provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zica vírus.

“Para cada dólar investido em água e saneamento, economizam-se quatro dólares em saúde”

A frase é de um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), abordado por Álvaro Diogo, coordenador da JPS, que evidenciou a relação direta da saúde pública com o saneamento básico: “a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o saneamento como o gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudicando seu bem-estar físico, mental e social”.

Dessa forma, em lugares em que ele é falho ou inexistente, os índices de doenças típicas, como a diarreia, verminoses e causadas por insetos, são maiores.

No Brasil, a lei federal de nº 11.445 estabelece o fornecimento de água potável; coleta e tratamento de esgoto; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas da chuva, realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente, como principais diretrizes para o setor.

Em Embu das Artes, quase 60% do território é área de mananciais, mas apenas cerca de 40% do esgoto é coletado. Deste montante, somente 15% é enviado para tratamento. Aproximadamente 45% de sua extensão é composta por chácaras agrícolas e residências com baixa densidade, onde poços, fossas e esgotos despejados diretamente nos rios são predominantes.

Soluções de tratamento

Renato Fenerich, membro da JPS, explicou que a instalação incorreta de fossas podem contaminar a água de poços e os lençóis freáticos. Segundo ele, “além de respeitar a distância mínima de 15 metros entre as duas instalações, é necessário também conhecer a direção do fluxo do lençol, tanto na sua residência quanto no entorno”.

Como opção para descontaminar as águas coletadas dos poços, ele citou raios ultravioletas e o Clorador Embrapa, um dispositivo simples para instalar no condutor da água do poço para a caixa d’água. “Ao dispositivo, é necessário adicionar uma mistura de cloro para que a água atinja as condições de potabilidade definidas pelo Ministério da Saúde”, comenta Renato.

Fossa Séptica Biodigestora Anaeróbia (sem a utilização de oxigênio) pode ser a alternativa para coleta e tratamento de águas negras (do vaso sanitário). Ela age por fermentação, com o uso de bactérias naturais que decompõem os resíduos sólidos, até o ponto que possam ser devolvidos para a natureza.

O jardim filtrante, por sua vez, foi a alternativa apresentada para tratar as demais águas de uso doméstico, conhecidas como águas cinza. O sistema é inspirado nos pântanos e manguezais. Consiste em construir uma área alagada com o uso de plantas macrófitas. Elas são poderosas em filtrar as impurezas dessa água, até o ponto em que possam voltar ao meio ambiente.

 

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Ação com alunos do MOSC

CLIPPING – Saiu nos jornais Linhas PopularesRegional News, Folha do Pirajuçara e JornalNaNet o nosso release sobre o evento de educação ambiental com os alunos da escola estadual MOSC, do centro de Embu das artes.

Os alunos receberam noções de saneamento básico e em seguida foram ao Ribeirão da Ressaca praticar análise da qualidade da água. Confira:

Em Embu das Artes, 80 alunos de escola MOSC participaram de análise de água.

mosc 3Na última quinta-feira (07) os alunos do 9º ano da escola estadual Madre Odete de Souza Carvalho – MOSC, de Embu das Artes, participaram da terceira etapa do projeto Observando os Rios, realizado pela Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE, em parceria com a SOS Mata Atlântica.

Em sala de aula, os alunos receberam noções de saneamento básico e fizeram cartazes com mensagens que gostariam de compartilhar.

Em seguida, saíram para o rio Ribeirão da Ressaca, trecho da região central da cidade, onde realizaram a análise por meio de coleta de amostra de água e diluição dos componentes químicos. Eles permitem mensurar 16 parâmetros, como oxigênio, ph, fosfato, coliformes fecais, etc, e a indicação de poluentes é verificada por uma cartela de cores. mosc 1

O kit utilizado na ação é especialmente desenvolvido pelo programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica, que emprega o método há mais três anos e já alcançou mais de 20 mil pessoas. Ao final do processo, o resultado é juntado ao relatório “Retratos da Qualidade da Água no Brasil”, divulgado anualmente.

 A ação faz parte do quadro de responsabilidade socioambiental da SEAE e consiste em engajar a comunidade local para realizar o monitoramento mensal da qualidade da água de rios e córregos, para aproximar os cidadãos da realidade ambiental em que estão inseridos e informar sobre a importância das águas da cidade para a composição da represa Guarapiranga e para o abastecimento de São Paulo e região.

Sobre a SEAE

Criada por moradores na metade da década de 70, a SEAE atua na preservação ambiental de Embu e região, para estimular e ampliar os processos de transformação socioambiental, cultural e econômica, por meio de processos educacionais participativos e inclusivos, fomentando a atuação em políticas públicas, visando a conservação, recuperação e defesa do meio ambiente.

Sobre a SOS Mata Atlântica

Entidade privada sem fins lucrativos, criada em 1986, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável, bem como promover a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobilizando, capacitando e estimulando o exercício da cidadania socioambiental.

 

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População é enganada na compra de terrenos irregulares em Embu das Artes

CLIPPING: a noticia abaixo foi divulgada nos seguintes portais: Tribuna 116, Folha do Pirajuçara, Jornal na Net,

 

População é enganada na compra de terrenos irregulares em Embu das Artes

No bairro Estância de Embuarama, a Área de Proteção Ambiental (APA) Prado Rangel vem sendo loteada ilegalmente e comercializada de modo fácil, sem a necessidade de comprovação de renda. A ação é, sobretudo, um duro golpe às vítimas que, muitas vezes, investem suas economias no sonho da casa própria e ainda correm o risco de ficar sem nada.

Foto: Divulgação / TV Record
Foto: Divulgação / TV Record

São 160 mil m², vendidos em lotes de 5 x 25m² e 10 x 25m². Para negociar, seria necessária apenas uma entrada, em torno de cinco mil reais, e o restante em diversas parcelas.

A imobiliária a frente das vendas é a Zabdi Negócios Imobiliários e, segundo informações do Jornal da Record, o procurador dos lotes é o político João dos Santos (João do Povo). A empresa já vendeu cerca de 96% dos 360 lotes.

Em comunicado oficial, a Prefeitura de Embu das Artes informou que não existe autorização para o loteamento.

O terreno possui vegetação nativa de Mata Atlântica em estágio médio de regeneração e faz parte da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais (APRM) da Guarapiranga. Ele está dentro da Subárea de Urbanização Controlada (SUC), que exige lotes mínimos de 250m². Dessa forma, a metragem dos lotes, 125 m², também seria ilegal.

Para não cair em golpes como este, na hora de comprar um terreno é preciso ficar atento aos trâmites legais:

– Todo o loteamento habitacional que não seja de interesse social, no estado de São Paulo, precisa de certificação do Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo – GRAPROHAB, além de licenciamento da Cetesb e permissão da Prefeitura.

– Sua regularização deve atender a diversos critérios de adequação. Entre eles, o estudo de impacto da vegetação que será suprimida; compromisso de recuperação ambiental, o estudo para coleta e tratamento de esgoto; licenciamento ambiental atual e anterior a ocupação do terreno.

Sem os devidos estudos de impacto e respeito às leis de proteção ambientais, os produtos são ilegais e sua comercialização é crime.

Os dados podem ser obtidos na prefeitura da cidade onde o terreno é vendido. Além dessas informações, confira outras dicas para se proteger:

Consulte a Secretaria de Obras da Prefeitura, para ver se o loteamento é regular;

Nunca feche a compra imediatamente: peça o número da matrícula ou documentação de licenciamento e procure obter o maior número de informações sobre o objeto de compra;

Pesquise o corretor e a imobiliária: no site do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) é possível realizar uma busca: http://www.crecisp.gov.br/;

Desconfie de valores abaixo do mercado: os terrenos e casas a venda possuem valor médio por metro quadrado, que é calculado de acordo com a valorização da região em que estão inseridos e condições em que se encontram. Se o que você procura estiver muito abaixo dessa média, vale investigar mais detalhadamente a documentação para não cair em golpe;

– Desconfie de trâmites fáceis: toda venda financiada exige comprovação de qualquer estabilidade financeira. Ela é a única garantia que o vendedor tem de que receberá por aquilo que vende. Por isso desconfie quando for exigido uma pequena entrada e apenas seus documentos pessoais, como RG, CPF e Comprovante de endereço.

O que fazer se você caiu em um golpe? Vá até a polícia civil com a documentação e abra um Boletim de Ocorrência.

PAUTA Campanha Embu é o Bicho

+ Confira a galeria de fotos recebidas na campanha

CLIPPING – Saiu no Jornal D’aqui , portal do Jornal Folha do Pirajuçara e JornalNanet, nosso release sobre a campanha Embu é o Bicho.

O texto aborda a importância de sensibilizar os moradores da cidade para a natureza em seu redor. Confira:

Entidade ecológica faz campanha “Embu é o Bicho”

Foto de Iuri Quadros
Foto de Iuri Quadros

A ONG Ambiental Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE começou 2016 com a campanha eletrônica e interativa Embu é o Bicho. A proposta incentiva a população a fotografar e postar na rede social Facebook fotos de animais encontrados na cidade de Embu das Artes, tendo como principal intuito despertar o cidadão para a riqueza da biodiversidade em que está inserido.

O mapa de Embu das Artes revela uma cidade dividida ao meio, com intenso crescimento urbano no lado leste e ainda grandes áreas verdes na região central e oeste. No entanto, por toda a cidade ainda é possível observar e se surpreender com as particularidades de uma natureza que resiste.

Em uma semana do projeto, a entidade ecológica já recebeu dezenas de fotos que vão de insetos – como borboletas, abelhas, louva-a-Deus – a répteis, aves e espécies em extinção, como o Jacú, ave do bioma da Mata Atlântica.

“O cidadão que se sensibiliza para as belezas que são parte do seu mundo, tende a se importar e a querer cuidar”, comenta Rodolfo Almeida, presidente da SEAE.

Foto de Milena Fabbrini
Foto de Milena Fabbrini

Para participar

Todos os interessados podem participar da campanha.

Para tal, basta postar no Facebook a foto de algum animal encontrado na cidade de Embu das Artes ou ainda enviar as informações por e-mail para a SEAE: contato@seaembu.org.

A postagem deve conter o nome do bairro onde a foto foi tirada e acompanhar a hashtag #EMBUéoBICHO.

No Facebook, para que a participação aconteça, o usuário deve realizar o post com permissão de visualização pública.

Foto de Milena Fabbrini
Foto de Milena Fabbrini

Sobre a SEAE

Criada por moradores na metade da década de 70, a SEAE atua na preservação ambiental de Embu e região, com foco em educação para a sustentabilidade socioambiental e fiscalização de crimes ecológicos.

 

Enchentes em Embu das Artes

CLIPPING – Saiu no Jornal D’aqui nossa matéria sobre a enchente que afetou a cidade de Embu das Artes no último sábado (19).

O texto foca nos problemas ambientais que colaboram para o quadro de enchentes e os desafios de gestão ambiental que a prefeitura tem em mãos. Confira abaixo:

Enchentes em Embu das Artes expõem problemas de gestão ambiental

No último sábado (19) diversos pontos de alagamento foram registrados na cidade de Embu das Artes, após a chuva forte que caiu por cerca de uma hora no fim da tarde.

Na região central, os rios Embu Mirim e Ribeirão da Ressaca transbordaram e a água chegou a invadir o comércio. Na zona leste, o córrego do complexo Pombas-Botucatu também transbordou e tampas de bueiro não aguentaram a pressão. 

Deslizamentos ocorreram em duas das grandes obras em andamento na cidade: no galpão da avenida Isaltino Victor de Moraes e no da avenida Rotary.

Na Isaltino, o terreno do megaempreendimento sofreu erosões e muita lama escorreu para a avenida e para o Rio Embu Mirim, à frente do galpão. Na Rotary, a lama escoou para o asfalto e para o rio Embu Mirim, que passa pelos fundos da obra, na altura do Parque da Várzea.

As alterações nos terrenos desses empreendimentos colaboram de forma significativa para os desastres urbanos. A vegetação que estabilizava o solo foi retirada e os morros achatados. A última chuva demonstrou que as tentativas das empresas em controlar o fluxo das águas pluviais não deram certo.

A lama que chegou ao rio altera o seu leito por causa do assoreamento. Ou seja, o acúmulo de detritos faz com que ele fique cada vez mais raso, suporte menor quantidade de água e aumente, assim, o quadro de enchentes nas épocas de chuvas.

Máquinas da Enpavi aterrando a várzea do Embu Mirim
Máquinas da Enpavi aterrando a várzea do Embu Mirim

Além da lama recebida, um flagrante foi registrado pouco antes das enchentes, quando máquinas da ENPAVI – empreiteira contratada pela prefeitura – aterravam uma das várzeas do rio, nas proximidades do Parque do Lago Francisco Rizzo. No local não havia placa de licenciamento da CETESB.

As várzeas desempenham um importante papel de receberem e reterem a água dos leitos que transbordam. É o curso normal da natureza para a época de grandes chuvas. Com as várzeas aterradas ou impermeabilizadas, a água se espalha sem contenção.

Ante as pressões do crescimento urbano e da especulação imobiliária, a cidade enfrenta graves problemas de ordem ambiental que se desdobram em problemas sociais e de saneamento básico.

A prefeitura tem em mãos o grande desafio de agir corretamente para minimizar a fragilidade urbana e proteger os afetados: todos os cidadãos.

APA Embu Verde tem aprovado Plano de Manejo que permite desmatar 50% de sua Mata Atlântica

CLIPPING – Saiu nas agências O Globo, Estado, Exame em diversos portais o texto da SEAE sobre a aprovação do Plano de Manejo pelo Conselho Gestor da APA Embu Verde. Nos jornais locais a publicação ficou por conta do Jornal RNewsJornal Folha do Pirajuçara, Jornal D’aqui e Portal Viva Cotia.

O texto foca o desabafo de moradores e ambientalistas sobre a permissão para desmatamento de 50% da Mata Atlântica e a fragilidade das leis ambientais para o local. Confira:

APA Embu Verde tem aprovado Plano de Manejo que permite desmatar 50% de sua Mata Atlântica

Documento aprovado pelo Conselho Gestor  da vegetação de Mata Atlântica em estágio médio de regeneração

Pavão do Mato (Graciela Dias)
Pavão do Mato (Graciela Dias)

A 10º Assembleia Ordinária do Conselho Gestor da APA Embu Verde – CGAEV, realizada na terça-feira (15) às 15h30, no Centro de Referência da Mulher, Embu das Artes, trouxe em pauta a aprovação do documento Plano de Manejo da Área de Preservação Ambiental Embu Verde.

Carlos Sandler, secretário adjunto da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano – SEMADU, comentou que o projeto, desenvolvido em dois anos, será publicado em dois volumes: o primeiro com textos técnicos e resumo das oficinas participativas, e o segundo com mapas e mídias de banco de dados georreferenciados.

O Plano foi aprovado pela maioria dos conselheiros presentes, com único voto contrário, de Rodolfo Almeida, conselheiro representante da sociedade civil pela ONG Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE.

Rodolfo lembrou que a APA foi criada porque a região precisava de uma proteção maior para seu bioma de Mata Atlântica, além dos 50% já garantidos fora da área. Solicitou que “corredores de fauna, setores de preservação, conservação e conectividades pertencentes às áreas de Patrimônio Natural da cidade sejam alterados, para que a finalidade da APA seja cumprida”.

Segundo ele, “aquilo que for pleiteado pela população, desde que não seja ilegal ou inviável, precisa ser atendido, garantido por lei federal. Da forma que está, a prefeitura rasga a APA ao meio com o corredor empresarial e agora quer queimar metade”.

Discursos em tom de desabafo ocorreram em determinados momentos da Assembleia, onde moradores questionaram a baixa proteção de 50% da vegetação. Um resumo do documento já havia sido apresentado para a população, no último dia 10, que protestou e contestou diversos tópicos.

Gabriel Fidelis, morador e ex-funcionário público de Embu das Artes, falou em relação à condução dos temas ambientais no município: “alguns projetos básicos para salvar a questão ambiental não tem respaldo da prefeitura por problemas de gestão. Uma hora é falta de dinheiro, outra de funcionários. Aí a gente fica com um projeto que finge que dá certo, que gasta dinheiro com propaganda, mas é de mentirinha, é como acreditar em Papai Noel.”

Lucila de Moura, da Associação Ibioca, questionou o comprometimento das autoridades com a cidade, pela falta de ações para proteger os recursos naturais frente às mudanças climáticas: “O que está acontecendo não é correto, os animais estão ficando desabrigados e não teremos água para beber. Vocês são turistas, mas nós somos moradores e continuaremos aqui”.

Dora Carvalho, conselheira suplente da SEAE, se manifestou contra a ocupação empresarial na região: “a área deve priorizar interesses sociais, portanto não são galpões, mas sim escolas, creches e habitações que devem ir para lá”.

O secretário do SEMADU, José Ovídio, discursou para finalizar a reunião, onde afirmou que “a luta continua, pois a etapa em que o documento se encontra é o encerramento de uma formalização contratual e não a sua finalização de fato”.

Protestos marcam a apresentação do Plano de Manejo da APA Embu Verde

CLIPPING – Leia no Jornal Regional News a reportagem sobre a última reunião púbica do Plano de Manejo. Muitos moradores se manifestaram com faixas e cartazes, mas ainda assim a prefeitura insiste em manter a proteção apenas a 50% das matas.

Protestos marcam a apresentação do Plano de Manejo da APA Embu Verde

A Prefeitura municipal de Embu das Artes apresentou, na quinta-feira (10), às 18h, no Centro Cultural Mestre de Assis, o documento finalizado do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Embu Verde.

Após a apresentação resumida dos principais tópicos, feita pela empresa contratada Ferma Engenharia, moradores e ativistas ambientais colaram faixas e cartazes em protesto quanto ao resultado do material, em elaboração desde meados de 2014, pelo não atendimento das solicitações da população para maior proteção ao bioma de Mata Atlântica e mananciais.

Com sala cheia, moradores e ativistas protestam com faixas e cartazes
Com sala cheia, moradores e ativistas protestam com faixas e cartazes

 

Os apontamentos dos moradores ocorreram durante as oficinas participativas (em julho e setembro/2015) e também por meio de inúmeros ofícios, protocoladas na prefeitura, após meses de dedicação e estudos dos materiais que compõem o documento.

O secretário adjunto do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMADU) Carlos Sandler, tomou a palavra para algumas considerações e logo abriu a fala ao público, em três blocos de cinco perguntas.

Os temas mais contestados foram: baixa proteção à Mata Atlântica, definida em 50% no documento; prioridade de recursos hídricos, atualmente categorizada em nível mediano; permissão para construções em corredores de fauna; não restrição de indústrias e galpões dentro da APA; texto de lei correspondente aos maciços florestais em conflito com leis estaduais e federais.

Por diversas vezes um agito tomou conta dos participantes, descontentes com as respostas da prefeitura. Wilson Nobre, morador da cidade e especialista em negócios sustentáveis, argumentou que “60 itens, considerados cruciais para a proteção efetiva da APA, que é o objetivo do Plano de Manejo, não foram aderidos e a prefeitura não apresentou resposta qualificada para o não atendimento”.

A moradora Rosana Cortes declarou que a população não considera o documento concluído, pois “diversos itens estão de forma superficial e precisam de detalhamento e supervisão para evitar brechas na lei e ter fiscalização adequada”.

A prefeitura informou que as sugestões viáveis técnica e financeiramente foram contempladas no documento e que o mesmo ainda pode sofrer alterações mediante decisão do Conselho Gestor e outras atividades.

“Nosso entendimento é que a prefeitura, ao garantir a proteção de apenas 50% da mata, está condenando os outros 50% à destruição por conta da especulação imobiliária, que atua livremente na região, sem qualquer legislação restritiva. Solicitamos, nas oficinas, que os maciços florestais tivessem a proteção entre 70 e 90%, para garantir que essas áreas tivessem amparo maior e se tornassem mais resistentes à especulação, mas os valores não foram negociados, revela Rodolfo Almeida, presidente da Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE.

Ele comenta ainda que “é urgente que a população pressione a prefeitura para aumentar ao menos a área de proteção mínima”.

Agenda

Segundo a prefeitura, o encerramento e a aprovação do Plano de Manejo, como está, tem previsão para ocorrer na próxima reunião do Conselho Gestor da APA Embu Verde, na próxima terça-feira (15), às 15h30, no Centro de Referência da Mulher de Embu das Artes.

 

Palestras na Liotécnica

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

CLIPPING – Saiu no Jornal na Net o texto sobre a atuação da ONG SEAE na empresa Liotécnica. Confira na íntegra:

 

Liotécnica recebe SEAE para palestras sobre o Meio Ambiente

Convidada pela indústria alimentícia Liotécnica, a Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE falou para mais de 250 funcionários, entre os dias 16 e 18, numa série de palestras sobre a importância da biodiversidade de Embu das Artes para a manutenção dos recursos hídricos de toda região metropolitana.

As apresentações começaram com uma dinâmica, para que os participantes identificassem o som de alguns pássaros da região. Em seguida, foram explicadas informações sobre a relevância da presença dos animais e das florestas para a manutenção das águas e da qualidade de vida.

Os participantes se mostraram surpresos em relação à quantidade e espécies de animais silvestres que habitam na Área de Preservação Ambiental – APA Embu Verde. Em especial, em relação à onça parda, animal ameaçado por extinção.

Foram abordados, ainda, tópicos relacionados à qualidade das águas, informações para ações conscientes no cotidiano, informações para denúncias de crimes ambientais e o histórico ambiental da SEAE.

O evento fez parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT, onde os palestrantes Rodolfo Almeida, Jair Raupp, Silvia Martins e Dora Carvalho falaram aos funcionários e responderam diversas perguntas.

Sobre a Liotécnica

Fundada em 1964, a indústria brasileira Liotécnica, atua no segmento alimentício, com soluções para ingredientes e produtos. Atualmente, possui 3 fábricas na cidade de Embu das Artes, com especialidade tecnológica para: liofilização, desidratação à vácuo, ar quente, mistura e envase.

Segundo Alex Santos, Técnico de Segurança do Trabalho e Gerente de Meio Ambiente, “a empresa é consciente, preocupada com o Meio Ambiente e tem como uma de suas principais metas, a minimização dos impactos gerados por suas atividades”.

Entre as principais estratégias de práticas sustentáveis da empresa, está a “destinação adequada dos resíduos para a reciclagem; o reaproveitamento de resíduo de cevada nas próprias atividades; o tratamento da água utilizada na empresa e a preservação de uma área verde, nas próprias dependências”.

Sobre o tratamento da água, Alex comentou que “consiste na retirada máxima dos resíduos para que possa haver o reaproveitamento, ou, ainda, o descarte limpo no rio Embu-Mirim” (que passa nas proximidades da empresa).

 

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Capivari-Monos e Embu Verde

Capivari-Monos tem Plano de Manejo referência para a APA Embu Verde

No extremo sul da cidade de São Paulo, a janela que se abre dá vistas para outro horizonte que não o do cenário metropolitano. Especialmente, na Área de Preservação Ambiental (APA) Capivari-Monos, que ocupa os distritos de Parelheiros e Marsilac.  Deste território, 73% são constituídos por mata atlântica nativa e também em estado avançado de regeneração.

O nome é uma homenagem aos rios Capivari e Monos, únicos ainda limpos na cidade de São Paulo. O lugar abriga uma enorme biodiversidade e também mananciais, incluindo o berço do rio Embu-Guaçu, principal contribuinte da Represa Guarapiranga.

A área possui 251 km² e ocupa cerca de 1/6 do município de São Paulo. Tornou-se APA em 09 de Junho de 2001, por meio da Lei Municipal nº 13.136 e, de lá para cá, grandes lutas foram travadas para que a preservação acontecesse de fato.

Para gerenciar as tomadas de decisões e interferências dentro da APA, foi criado um Conselho Gestor, ainda em 2001.

Como a área é de uso misto, com residências e atividades econômicas, foi necessário, também, um documento com diretrizes de proteção, uso dos recursos naturais e ocupação do solo. Assim foi criada nova Lei Municipal, nº 13.706, de 05 de janeiro de 2004.

Plano de Manejo

O Plano de Manejo chegou em comemoração aos dez anos da criação da APA Capivari-Monos, em 2011. Ele é um documento técnico para definições permanentes de proteção, permissão das atividades econômicas e demais ocupações na região.

Foi elaborado em duas etapas: a primeira com a criação do diagnóstico socioambiental, estudo especial da região; e a segunda com uma série de oficinas participativas entre o poder público e as comunidades locais. O processo, idealizado pelo próprio poder público, durou cerca de dois anos, com atividades em 2009 e 2010.

Teve ampla participação das esferas governamentais, privadas e comunidades locais para a sua elaboração, visando garantir as contribuições diversas previstas em lei.

Associações de moradores, ONGs, setor privado agrícola, setor privado empresarial, setor privado turístico, comunidades indígenas, associações de ensino, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, Subprefeitura de Parelheiros, Secretaria Municipal de Habitação, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Secretaria Municipal da Cultura, Guarda Civil Metropolitana, Fundação Florestal, SABESP e Polícia Militar Ambiental, foram as entidades que participaram da criação do documento Plano de Manejo da APA Capivari-Monos.

Capivari-Monos e Embu Verde

        Onça parda, espécie em extinção encontrada nas APA’s                  Capivari-Monos e Embu Verde Foto: SVMA

Mas porquê estamos falando dessa APA lá de São Paulo? Porque as semelhanças com a APA Embu Verde são muitas! A começar pela peculiaridade de serem Mata Atlântica.

E não se pode deixar de lado o histórico de ocupação, que vem desde a descoberta do Brasil: ambas as regiões receberam índios, jesuítas, alemães e japoneses. Depois vieram os nordestinos e também os sertanejos, em busca de trabalho.

Assim os cenários passaram por inúmeras transformações, com loteamentos, atividades de madeira, carvão, agricultura e o desmatamento desenfreado.

Depois veio a recuperação, onde as matas se reergueram e ainda se regeneram. Para evitar nova devastação, surgiu a necessidade de um cuidado mais rígido, com a criação oficial das APA’s: a Capivari-Monos em 2001, a Embu Verde em 2008. Pelas duas áreas circulam espécies ameaçadas de extinção. Entre elas, a bela onça parda.

O Rodoanel também corta as proximidades das duas APA’s e levou muitos prejuízos ambientais para as regiões. No entanto, a exemplo da Capivari-Monos, a instalação da rodovia não significa mudança da vocação sustentável da região.

O Plano de Manejo da Capivari-Monos é um modelo exemplar do documento. O da Embu Verde está em vias de elaboração, mas as dificuldades são parecidas.

Conflitos entre o crescimento e a preservação são inevitáveis, mas se olharmos para os bons exemplos e para o futuro, onde tudo converge para o sustentável, será possível encontrar as melhores soluções.

“Duas a cada três pessoas não terão acesso à água, em 2025”

É o que apontou Sandra Kishi, Procuradora Regional da República e gerente do projeto Qualidade da Água, em palestra ambiental.

O evento foi preparatório para a Conferência das Partes – COP 21, que reunirá 196 países, incluindo o Brasil, para falar sobre estratégias para cuidar do clima e evitar um aquecimento global.

Realizado no dia 27 de outubro, pelas instituições PROAM – Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, MPF – Ministério Público Federal da 3ª Região, e EDEPE – Escola de Defensoria Pública do Estado, o evento contou com palestrantes renomados que abordaram suas principais preocupações com o ambiente e explanaram contribuições para a COP 21, a ser realizada Paris, em Dezembro deste ano.

Justiça social e direito à informação foram destaques por todos os palestrantes, que abordaram a importância da transparência dos governantes para a sociedade, assim como o direito à segurança de acesso aos recursos básicos para a sobrevivência, como a água potável.

A água foi eleita como prioridade para o evento de Paris, mas está “estranhamente marginalizada no documento brasileiro que vai à COP21”, afirmaram os palestrantes.

A explicação talvez esteja na “tendência paulista para a privatização deste recurso, que deve ser visto como bem comum e não pode como produto” observou Paulo Afonso, jurista premiado e professor de mestrado na UNIMEP, enquanto comentou tópicos da carta encíclica “Laudato Si”, do Papa Francisco.

Jairo Salvador, Ricardo Manoel e Sandra Kishi
Jairo Salvador, Ricardo Manoel e Sandra Kishi

O aquecimento dos oceanos tornará o planeta inabitável 

Carlos Bocuhy, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, e Luiz Marques, Professor de História da Unicamp, explicaram que com o degelo dos oceanos, no Ártico há o risco de liberação de uma enorme quantidade de metano para a camada atmosférica, que aquece 30 vezes mais do que o CO2. “O planeta ficará inóspito para a biodiversidade e também para o ser humano”.

O embaixador de Fiji, Cama Tulioma também esteve presente e passou sua experiência com o impacto do aquecimento dos oceanos: “somos um conjunto de ilhas e as famílias são costeiras, pois vivem do turismo e da pesca. Hoje muitas vilas estão com a água à beira das casas. Os danos são sociais e psicológicos: é desumano”, desabafou o embaixador.

Contribuições para a COP 21 

Do evento foram reunidas sugestões de contribuições para o documento do Brasil que vai para a COP 21. Entre elas:

– A utilização dos satélites para o desenvolvimento das cidades, possibilitando o monitoramento de impactos ambientais e como instrumento de auxílio do plano diretor, a fim de identificar desperdícios de energia e trabalhar em sistemas econômicos e renováveis;

– Considerar o fator humano nos estudos de impactos ambientais, adequando-os para incluir estudos etnográficos e antropológicos;

– Cobrar dos países, com atividades no Ártico, a prestação de contas com dados científicos do impacto ambiental;

– Exigir diálogo e transparência nos processos decisórios;

– Buscar alternativas para que o sol se torne fonte de energia e complemento de renda para as famílias;

– Apresentar prioridade de minorias e grupos sociais vulneráveis;

– Exigir que novos empreendimentos consultem os comitês de bacias hidrográficas da região; exigir que os comitês de bacias sejam majoritariamente população e entidades representativas destas;

– Responsabilizar pelos impactos ambientais também quem financia.

A Sociedade Ecológica Amigos de Embu – SEAE acompanhou o evento e trouxe as novidades para quem não pôde participar.