AEROPORTO EM CAUCAIA DO ALTO

Na década de 70, participou da idéia de estabelecimento de uma das primeiras leis de zoneamento, uso e parcelamento do solo do Brasil, da qual originou a lei nº 622, de 29 de dezembro de 1975. No mesmo período, deflagrou a primeira grande luta ambiental de que se tem notícia: lutou contra o projeto de instalação do Aeroporto Internacional de São Paulo , que seria construído em Caucaia do Alto (município de Cotia e divisa de Embu). A execução deste projeto acabaria com a Reserva Florestal do Morro Grande “Represa Pedro Bleicht”, uma das importantes abastecedoras da Zona Oeste da Grande São Paulo, Embu, Taboão e adjacências, fornecendo água em nível de qualidade superior às demais abastecedoras.

Incentivados pelo êxito das primeiras iniciativas, grande número de embuenses agregaram-se ao núcleo fundador da entidade, reunindo-se periodicamente e pensando na solução de problemas regionais. Já prevendo os futuros problemas de abastecimento de água, ultrapassando o tempo e as próprias iniciativas governamentais, a SEAE iniciou gestões para defesa de nossos recursos hídricos, na certeza que o tempo nos daria razão. Obteve êxito e vitória totais.

 

OS PORTOS DE AREIA

Em 1976 e 1977, a SEAE se mobilizou contra a instalação de portos de areia no município de Embu, cuja extração se processava pelo uso de possantes jatos d’água que a tudo destruía em poucos minutos. A intervenção da SEAE obteve sucesso com o decreto da extinção dessa atividade dentro dos limites do município. Se a cidade tem hoje uma lei de mananciais, isto foi devido à intervenção da entidade.

Paralelamente, participou da realização do II Simpósio Ecológico de Embu, de grande repercussão na área ambiental.

Vivisseção, Baleias e outros

Entre 1977 e 1978, apoiou a iniciativa do inesquecível companheiro João Ramos de Sá, e desenvolveu intensa atividade em prol da luta pela proibição da vivisseção, cuja vitória foi representada pela promulgação da Lei Federal nº 6638, de 06 de maio de 1979, que proibiu essa atividade nas escolas de ensinos médio e fundamental e, ainda, em qualquer local freqüentado por menores de idade ( Lei de Vivisseção ). Também participou da luta contra a matança de baleias que finalmente foi proibida. Essas vitórias transformaram o amadorismo num verdadeiro movimento profissional de grande envergadura. Conseguiu despertar por todo o Brasil, conscientização ecológica e o início de uma militância em favor da preservação ambiental, iniciando nessa época a fundação do Clube Jovem Movimento Ecológico, que se constituiu num movimento pioneiro na região.

Junto com a Polícia Florestal, iniciou uma vigorosa campanha de denúncias a caçadores e traficantes de animais silvestres entre 1982/83.

O LIXÃO REGIONAL


Outra tentativa de danificar o meio ambiente foi frustrada pelos ambientalistas da SEAE . A administração pública em conjunto com órgãos do Governo Estadual pensaram em transformar a Terra das Artes em centro receptor de lixo de sete municípios da Grande São Paulo: Embu, Cotia, Juquitiba, Itapecerica da Serra, Embu Guaçu, Taboão da Serra e Vargem Grande. Em novembro de 1983, através do documento “Salvemos Embu”, aSEAE iniciou mais um grande movimento ecológico unindo toda a comunidade que não queria ver sua cidade destruída. O Lixão Regional onde seriam depositados 250 toneladas/dia de detritos, dos sete municípios, foi embargado.

A PASSARINHADA

Em 1984, a denúncia da passarinhada, que se constituiu na segunda indenização por crime ecológico e teve repercussão internacional com o solene um minuto de silêncio durante a realização das Olimpíadas de Los Angeles, foi uma articulação engajada da SEAE junto à mídia e órgãos competentes.

A passarinhada foi promovida pelo prefeito de Embu, Nivaldo Orlandi, no dia 29 de junho de 1984, onde mais de 2.400 passarinhos (tico-ticos, rolinhas e sabiás) foram assados em churrasqueira para atender cerca de 300 convidados em sua chácara. A SEAE ficou sabendo do evento e denunciou ao IBDF (hoje IBAMA), às Polícias Florestal, Federal, Civil, além da imprensa e pessoas influentes no Embu para que se fizesse o flagrante.

MUITAS LUTAS

O decreto que criou o cemitério Jardim de Embu , em 1986, foi revogado por força da pressão da comunidade, liderada pela entidade. O cemitério da Rua Maranhão seria erigido sobre o lençol freático, destruindo toda a mata natural existente no local, além de poluir o lençol freático e o Rio Embu-Mirim.

Em 1987, a SEAE convocou a comunidade a participar da grande luta pela criação do Parque Ecológico e de Lazer do Pirajuçara, buscando oferecer lazer e melhoria na qualidade de vida a uma região carente do município, além de preservar uma importante área de Mata Atlântica. A defesa da área prossegue até hoje.

Outras lutas como denúncias de caça de animais silvestres , preservação e recuperação da Mata Ciliar, entre outros, fazem parte de nossa história. Mas, não é só com lutas e ações reativas que preservamos a natureza. Sabemos que a sustentabilidade não existe sem ações de educação, de inclusão e capacitação em educação ambiental que ampliem o olhar sobre a vida e sobre as responsabilidades e possibilidades. Por isso, acreditamos na conexão do homem com a natureza.

CRIAÇÃO DA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE EM EMBU

Em 1996, foi criada a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pela Prefeitura de Embu. Essa grande conquista deve ser atribuída às iniciativas e insistências da SEAE que defendeu sua implantação durante muitos anos.

Durante este ano a SEAE também participou de diversas reuniões e audiências públicas com a Equipe Técnica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, para discussão do Projeto de Revitalização do Centro Histórico e do Projeto do Parque Ecológico Francisco Rizzo; manteve encontros e discussões com a SABESP e com a Secretaria de Recursos Hídricos sobre o déficit de água no município e com a DERSA, sobre o traçado do Rodoanel. Foi criado também o Sub-comitê da Bacia da Guarapiranga, cujo membro titular era diretor da SEAE .

Sr. Antônio Rodrigues, sempre à frente dos movimentos da SEAE levantou inúmeras bandeiras e articulou intensamente com diversos setores para conseguir proteger o meio ambiente no município e região, além de abraçar também a defesa a nível nacional.

Nos anos seguintes continuaram as atividades para a implantação do Parque Ecológico e de Lazer do Pirajuçara. Também o Parque Ecológico do Lago de Embu (atualmente, Parque do Lago Francisco Rizzo) foi foco de muitas lutas e o tombamento foi conseguido em 1999. Participou de inúmeras discussões realizadas no Comitê Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e no Sub-comitê da Bacia Hidrográfica Cotia Guarapiranga.

A SEAE , ao longo de seus 35 anos de história, não apenas frustrou tentativas, como também conseguiu que decisões já tomadas fossem recuadas.

A CASA DA ECOLOGIA

Em 2003 e 2004, a SEAE iniciou as atividades ecológico-culturais na Casa da Ecologia . Surgiu o primeiro número do Boletim Informativo ÉVARE (significa, na língua dos povos Ticuna, terra sagrada), idealizado e realizado por um grupo de jovens; foram promovidos cursos e oficinas de educação ambiental para crianças; curso de pintura em seda – desenvolvendo o tema arte e natureza; passeios e palestras educativas direcionadas aos jovens.

O imóvel da Casa da Ecologia foi doado pela Votorantim, em 2002, e reformado. Também foi equipado com computador, aparelhos de vídeo e televisão para atender a comunidade. Uma biblioteca voltada para os temas ambientais foi montada e continua à disposição da população.

AGENDA 21 ESCOLAR EM EMBU

A questão da Agenda 21, uma carta de compromissos para o século 21, começou a ser tratada na SEAE por volta de 2003, com a coordenação da educadora Maria Isabel C. Franco. A nossa primeira participação em um projeto conjunto de intervenção pedagógica em Educação Ambiental foi na Escola Estadual do Bairro Capuava. Lá aSEAE iniciou a primeira experiência-piloto de Agenda 21 Escolar . Assim, o Projeto Agenda 21 Escolar em Embu das Artes, que tomou força em 2004 com a formação de Grupos de Trabalho (GTs), continuou em 2005. As atividades de educação ambiental nessa área continuam até hoje. Em 2006 e 2007, a SEAE atuou regionalmente ampliando e fortalecendo a rede de educadores ambientais e lideranças locais dos municípios de Embu, Embu Guaçu, Cotia, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra, municípios de fundamental importância para a preservação da Mata Atlântica e manutenção dos mananciais que contribuem para a Bacia do Guarapiranga na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

CORREDOR EMPRESARIAL

Durante 2005, a SEAE abraçou uma grande luta: derrubar o corredor empresarial na Rua Maria José Ferraz Prado , em Itatuba (Embu). A instalação de indústrias na região comprometeria de forma predatória e irreversível os mananciais que contribuem para a Bacia do Alto Tietê, a cobertura florestal natural, a flora e a fauna da região, e principalmente o desenvolvimento sustentável do local. A região em questão apresenta uns dos últimos fragmentos de Mata Atlântica de Embu (em diversos estágios de recuperação) onde foram identificados vários animais ameaçados de extinção, entre eles, o macaco bugio ( Alouatta fusca ), o gavião pega-macaco ( Spizaetus tyrannus ), a araponga ( Procnias nudicollis ), o pavão-do-mato ( Pyroderus scutatus ) (DECRETO ESTADUAL Nº 42.838, de 04 de fevereiro de 1998: Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção e as Provavelmente Ameaçadas de Extinção no Estado de São Paulo e dá providências correlatas), além de uma grande diversidade de árvores e animais como esquilos, lagartos, tatus, tucanos, periquitos, etc. Embu ainda é área de nidificação e alimento para inúmeros animais, por ter parte de suas matas preservadas. No dia 29 de março de 2006, a Câmara dos Vereadores de Embu aprova o Projeto de Lei Complementar que corrige o Plano Diretor da cidade eliminando o Corredor Empresarial na Rua Maria José Ferraz Prado, em Itatuba.

OUTRAS ATIVIDADES

Durante 2006 e 2007, ocorreram diversas atividades como o 1º Fórum Regional da Agenda 21 na Educação , sediado em Itapecerica da Serra, onde a SEAE participou ativamente na Comissão Organizadora e durante todo o evento, demonstrando compromisso na continuidade dos processos; a Semana da Água , no Parque do Lago Francisco Rizzo, o Debate sobre Aquecimento Global & Políticas Públicas , na Câmara dos Vereadores, a Exposição Fotográfica Interativa: Na Trilha dos Bichos , com Araquém Alcântara, no Parque do Lago Francisco Rizzo e na Faculdade Taboão da Serra em São Paulo e em Foz do Iguaçu, no Paraná; a Semana do Meio Ambiente; a Comemoração do Dia da Árvor e , etc.

Uma importante atividade foi iniciada na Fonte dos Jesuítas em Embu firmando uma parceria entre a SEAE e alguns patrocinadores: Fundação Bradesco, Água Mineral Natural Mata Atlântica e Água Mineral Natural Embu. Trata-se doCentro de Educação Socioambiental e Centro de Inclusão Digital Ambiental onde são desenvolvidas inúmeras atividades com crianças, jovens e adultos. As atividades são voltadas para a educação socioambiental, formação profissional com inclusão digital e formação de agentes multiplicadores, com foco principal na mudança de comportamento e na articulação de ações para a construção de um mundo melhor.

2008: AÇÕES EDUCATIVAS EM ALTA

Consolidação das atividades do CID Ambiental SEAE – Fonte, inaugurado em 19 de maio de 2007, com foco na qualificação para o mercado de trabalho, protagonismo juvenil, empreendedorismo e gestão participativa, oferece cursos gratuitos de Inclusão Digital, Desenho, Inglês, Robótica, Arte e artesanato. O grande diferencial do CID Ambiental SEAE – Fonte, que está localizado num espaço privilegiado de Mata Atlântica, é aliar a tecnologia com vivências ecoambientais.

O projeto Colhendo Sustentabilidade – práticas comunitárias de agricultura urbana e segurança alimentar ganhou força no final de 2008. O projeto trabalha para a implantação de sistemas produtivos e hortas comunitárias, capacitando jovens e famílias nas técnicas de manejo agroecológico voltadas para o autoconsumo e a comercialização da produção excedente, viabilizando e concretizando a política pública de agricultura urbana e segurança alimentar e nutricional no município.

Em setembro de 2008 começou a primeira turma do Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS), uma parceria entre a SEAE, a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e com a Prefeitura de Embu com financiado do FEHIDRO. O Programa de Educação Ecoprofissional é gratuito, voltado para jovens entre 14 e 21 anos, com o objetivo de capacitar os participantes para o ecomercado, ou seja, para atividades produtivas e rentáveis que visem o bem-estar social e a conservação ambiental. Tem a duração de cerca de dois anos e é ministrado paralelamente ao Ensino Médio.

Teatro na Educação foi outra atividade que atendeu cerca de 20.000 crianças e jovens com a peça “O Pneu e a Nascente”. O projeto iniciado em fevereiro de 2008 contou com Oficinas de Dramaturgia, Cenografia, Figurino e Adereços, Técnica Vocal, Iluminação e Sonoplastia para capacitação dos educadores e alunos da rede pública que participaram da encenação. O projeto foi uma parceria entre a Secretaria de Educação, através do Núcleo Arte, e a SEAE com patrocínio da empresa Água Mineral Natural Embu.

O Viveiro de Nativas da Mata Atlântica que atende projetos de arborização em escolas e praças e funciona como um importante recurso pedagógico na recepção de grupos na Fonte dos Jesuítas foi ampliado.

SEAE participou de diversas mobilizações populares como a Caminhada em Itatuba por um bairro sustentável; a Caminhada pelas Águas; a Expedição Fotográfica: De Olho nos Mananciais, Anima Embu, Semana do Meio Ambiente, Workshop de Unidade de Conservação Sudoeste (realizado no CID), entre outros. Também participou de Audiência Pública pró APA Itatuba-Morro Grande.

As atividades após 2008 podem ser acompanhadas por meio dos Relatórios de Atividades publicados no nosso site.